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Onde está Madeleine McCann

  • Foto do escritor: Sabrina M. Szcypula
    Sabrina M. Szcypula
  • 23 de jun. de 2023
  • 15 min de leitura

Uma busca que continua ativa, mas com as esperanças desgastadas.



Madeleine McCann

Madeleine Beth McCann nasceu em Leicester, na Inglaterra, no dia 12 de maio de 2003. Ela é filha de Kate e Gerry McCann, dois médicos de Leicester, e irmã mais velha de um casal de gêmeos. Tanto Kate quanto Gerrey são médicos, sendo Kate clínica geral e Gerry um cardiologista.

Madeleine sempre foi conhecida por amigos e familiares como uma menina muito doce e meiga, ela é fruto de fertilização in vitro, já que o casal McCann tinha dificuldades para ter filhos e tentaram durante muitos anos, então a menina foi uma criança muito esperada e desejada pela família McCann.

A garota tinha apenas 3 anos de idade quando desapareceu de seu quarto no apartamento em que sua família estava hospedada na Praia da Luz, na cidade de Algarve, no sul de Portugal.

Uma das marcas mais características de Madeleine é o seu olho direito, que possui um tipo de coloboma, um alastramento completo da íris (uma espécie de faixa que se estende da pupila até o limite do olho). Essa marca é usada até os dias atuais para tentar identificar a menina, caso ela se encontre viva.


Desaparecimento

Na noite do dia 3 de maio de 2007, Madeleine McCann desapareceu misteriosamente do quarto onde estava hospedada com os pais e os irmãos mais novos no resort Ocean Club, pertencentes a empresa Mark Warner na Praia da Luz, Algarve no sul de Portugal, uma cidade considerada muito segura e familiar, por mais que as ruas envoltas do resort fossem consideradas perigosas para mulheres por índices de estupro.

Os pais de Madeleine estavam no restaurante Tapas, encontrando-se dentro do resort e a apenas 90 metros de distância do apartamento juntamente com alguns amigos quando tudo aconteceu. De fato, do estabelecimento é possível ver o apartamento onde o casal estava hospedado tranquilamente, no entanto não havia visão completa das portas da residência.

Tanto os McCann quanto seus amigos costumavam se reunir no restaurante todas as noites enquanto os filhos dormiam em seus apartamentos e de 30 em 30 minutos um dos adultos ia verificar as crianças, normalmente eles utilizavam do serviço de babás que o resort oferece, no entanto naquela noite o casal decidiu que não seria necessário.

Gerry McCann, pai de Madeleine, foi um dos primeiros a ir verificar as crianças às 21h, segundo ele, quando chegou no apartamento, tanto os gêmeos quanto Madeleine estavam dormindo tranquilamente no quarto, não tinha nenhum sinal de janelas abertas e nada de anormal que representasse algum perigo. Após isso, cerca de meia hora depois foi a vez de seu amigo Matt Oldfield, que estava indo verificar os próprios filhos e se ofereceu para ver as crianças dos McCann.

Oldfield relatou durante as investigações que ele chegou a entrar no apartamento mas não dentro do quarto das crianças definitivamente, apenas disse ter visto que estava um pouco iluminado e ouvido uma das crianças se mexendo na cama, além de ter olhado rapidamente e comentado que tem certeza que viu os gêmeos, mas não conseguia se lembrar com exatidão se Madeleine estava na cama. No entanto, só às 22h quando Kate foi conferir as crianças que o desaparecimento de Madeleine foi notado.

Segundo a mulher, a porta do quarto estava mais aberta do que ela tinha deixado, assim como o quarto estava mais iluminado do que ela lembrava, no entanto até esse momento apenas poderia ter sido algo que Oldfield ou Gerry tivessem feito, mas assim que Kate ia entrar no quarto uma corrente de ar fechou a porta, o que a fez se alertar e entrar rapidamente no recinto, vendo que a janela do lugar estava aberta e só os filhos mais novos estavam dormindo, mas nenhum sinal de Madeleine.

Ao ver que Madeleine estava desaparecida, Kate correu até o Tapas enquanto gritava que “alguém pegou a Madeleine”, o que foi levantado como uma atitude estranha já que os gêmeos não foram levados juntos dela, e até aquele momento a criança apenas poderia ter acordado e saído por conta própria do quarto.

Assim, um dos amigos do casal avisou a recepção do Ocean Club sobre o ocorrido, e o resort alertou a GNR (Guarda Nacional Republicana) às 22h41. A polícia e os aeroportos foram notificados pouco após isso, e os funcionários e hóspedes do estabelecimento ajudaram a procurar pela menina até as 04h30 da madrugada, assim como vários moradores da cidade, já que a notícia se espalhou rapidamente.


Investigações

A GNR foi a primeira a chegar no local, chegando pouco após ter sido notificada, no entanto eles não selaram o apartamento assim que chegaram, o que foi um erro considerável com o decorrer das investigações.

Ao ver que o caso era algo mais sério do que eles estavam acostumados a lidar, afinal a GNR é um departamento pequeno, eles entraram em contato com a Polícia Judiciária (órgão de investigação mais importante de Portugal) para auxiliar no caso, estes que chegaram por volta da 00h e começaram a trabalhar oficialmente 30min depois.

O investigador e inspetor da Polícia Judiciária foram até o apartamento dos McCann e se depararam com a cena do crime comprometida. O local se encontrava vazio, com muitas roupas bagunçadas, e com sinal de que várias pessoas tinham entrado no local, colocando suas digitais em portas e armários, além de pisotear possíveis evidências, o que comprometeu a investigação.

O porta-voz da GNR, tenente-coronel Costa Cabral, revelou para a imprensa que as buscas por Madeleine prosseguiram durante toda a noite do ocorrido, juntamente com a participação da Polícia Marítima com lanchas salva-vidas, um helicóptero e pessoas a pé, também contando com a ajuda de um helicóptero da Proteção Civil e vários veículos nas margens da barragem da Bravura.

Bombeiros, elementos da Cruz Vermelha, soldados e cães das patrulhas de busca e salvamento de Lisboa foram solicitados para participar das buscas por Madeleine ainda na madrugada de seu desaparecimento.

Jane Tanner, uma amiga dos McCann, lembrou assim que Katie apareceu falando desesperadamente do desaparecimento da filha, que tinha visto por volta das 21h15 quando foi verificar os filhos, um homem atravessando a rua de esquina do apartamento da família com uma criança de pijamas de cor clara e que estava descalça, quando voltou para o Tapas ela não achou necessário comentar já que apenas poderia ser um pai levando a própria criança para algum lugar, mas assim que soube do desaparecimento, ela automaticamente lembrou do ocorrido e pensou que pode ter visto o sequestro de Madeleine, esse testemunho inclusive foi usado para montar um rascunho de um suspeito pelas descrições dadas por Tanner.

Outro depoimento que chamou a atenção foi de um irlandês chamado Martin Smith, segundo o mesmo, por volta das 22h enquanto andava pelas ruas da Praia da Luz, ele avistou um homem carregando uma menina loira de pijamas claros, por volta da idade de Madeleine e andando rapidamente, tanto a descrição da criança e do possível suspeito batia com a mesma descrição dada por Jane Tanner.

A primeira declaração feita pela Polícia Judiciária foi realizada por Guilhermino Encarnação, às 12h do dia 5 de maio, onde revelou que a polícia suspeitava do crime de rapto e de terem em mãos um rascunho de um eventual suspeito. No dia seguinte, a declaração da PJ dizia que provavelmente Madeleine ainda estava viva e na área.

No dia 7 de maio, a PJ solicitou ajuda do SIS (Serviço de Informações de Segurança) e entrou em contato com suas congéneres espanhola e inglesa. Após isso, no dia 9 de maio a Interpol lançou um alerta amarelo a todos os seus membros, que é o aviso oficial que informa a respeito de uma pessoa desaparecida.

A polícia seguia com duas linhas de investigação naquele dado momento, um rapto motivado por uma rede internacional de crimes relacionados à pedofilia, ou por uma rede de adoção ilegal.

A polícia britânica informou a polícia portuguesa que cerca de 130 ingleses abusadores infantis estiveram em Algarve desde semanas antes do rapto de Madeleine e com o conhecimento das autoridades inglesas, o que por mais que pareça muita coisa, não é incomum pois o local é conhecido por ser um recanto de férias, além de que abusadores conseguem ver várias crianças com poucas roupas e se misturam facilmente em locais assim.

No dia 11, o estabelecimento onde estavam ocorrendo as investigações foi declarado livre após não obter nenhum resultado investigando os apartamentos e casas no Ocean Club. Depois, no dia 13, a polícia admitiu pela primeira vez que não tinham nenhum suspeito em vista que pudesse ter agido contra Madeleine.

A essa altura, a polícia já não tinha tanta certeza sobre a situação de Madeleine, já que com o passar das horas, a possibilidade de se resgatar alguém em segurança diminui consideravelmente, no entanto os pais e amigos ainda mantinham a esperança de encontrar a criança em segurança.

Os interrogatórios com qualquer pessoa possivelmente envolvida no ocorrido se iniciaram oficialmente no dia 14 de maio, quando começaram as investigações com Robert Murat como principal suspeito.


Suspeitos

No dia 14 começaram as buscas na Casa Liliana, propriedade de Jennifer Murat localizada no meio do Ocean Club e perto do apartamento onde Madeleine estava, à procura de qualquer ligação de Robert Murat com o caso.

Robert Murat era britânico e as suspeitas em torno de si começaram após o homem parecer muito interessado por todo o ocorrido. Ele agia como tradutor com a imprensa e polícia, se mostrando prestativo em todas as chances possíveis, o que acabou se mostrando suspeito principalmente para Lori Campbell, uma jornalista do Sunday Mirror que informou a polícia de suas suspeitas, além dele também se manter cada vez mais atualizado da forma como as investigações eram conduzidas por seu trabalho voluntário como tradutor.

A polícia e as equipes de investigação forense selaram a casa de Murat desde o começo do dia e às 16h a piscina da residência foi drenada à procura de qualquer pista. Três pessoas, incluindo o filho de Robert, foram levados a interrogatório na delegacia de Portimão.

Murat afirmou estar preocupado com o caso devido à perda recente de custódia de sua filha de três anos e por conta disso se identificava e queria ajudar no que fosse possível. No dia 15, Robert recebeu o estatuto de arguido, no entanto não foi detido e nem acusado formalmente, não foi revelado se o próprio Robert ou a polícia que solicitaram o estatuto, pois este confere direitos adicionais tais como o de permanecer em silêncio. Arguido é a pessoa que é suspeito de praticar um crime contra a qual corre um processo, ele pode ser solicitado pelo próprio suspeito ou por oficiais.

O inspetor Olegário de Sousa comentou em conferência à imprensa naquele mesmo dia que tinha interrogado uma pessoa de 33 anos - preferindo não revelar que era Murat, entretanto a notícia se espalhou na mídia mesmo sem seu pronunciamento divulgando a identidade de Robert -, no entanto não foram encontradas evidências que justificassem uma prisão preventiva. Sousa ainda explicou que a polícia efetuou buscas em cinco residências diferentes do suspeito, amigos e parentes e apreendeu “vários materiais” das propriedade que estavam sujeitas a investigação, além de ter interrogado outras duas pessoas como testemunhas.

Mesmo com relutância, Murat prestou declarações públicas, onde declarou que o caso de Madeleine “arruinou sua vida”, e que a única hipótese de restituir o seu bom nome é a descoberta dos verdadeiros culpados, finalizando ao dizer que foi usado como “bode expiatório” para a polícia ter uma sensação de obtenção de resultados.

Outro foco de investigações foi Sergey Malinka, um homem russo de 22 anos que criou o website de Murat. Sua residência também passou por buscas e as autoridades confiscaram um computador portátil e vários discos rígidos. As suspeitas em torno de Sergey começaram após ele ter se comunicado pelo telefone com Murat no dia do desaparecimento de Madeleine às 23h40.

Mas novamente em uma conferência, o inspetor Olegário afirmou a insuficiência de evidências para efetuar qualquer prisão, além de comentar que dentro das cinco horas de interrogatório, nada nas respostas de Sergey o tornava suspeito.

Malinka criticou a cobertura da imprensa que alegou que ele havia sido condenado anteriormente por abuso infantil e afirmou que o interrogatório com a polícia era cansativo e que eles queriam que ele confessasse um crime que não cometeu.

Em setembro de 2007, Gerry e Kate McCann foram interrogados como suspeitos formais através da suspeita de homicídio acidental causado por negligência ou excesso de medicação calmante na criança.

Seguindo essa linha de raciocínio, os pais teriam sido os culpados por uma morte acidental à Madeleine causada por calmantes, ou em uma dosagem fatal ou por alergia. Sendo assim eles teriam inventado toda a história de sequestro e se livrado do corpo da filha com a ajuda de um dos amigos que os acompanhavam na viagem.

Havia a suspeita também no relacionamento entre os pais de Madeleine e com o então primeiro-ministro britânico, que indicava uma imensa campanha politizada em toda a repercussão no caso de Madeleine, principalmente pelos pais da menina estarem viajando bastante em vários países para dar coletivas diretamente em cada país a procura da filha.

Outro fato que trouxe a suspeita para o casal foi um dos cães farejadores ter identificado um cheiro de cadáver nas roupas de Kate McCann. Segundo a mãe, o cheiro era referente à ela ter entrado em contato com um falecido durante seus últimos dias no trabalho.

Apesar de dizerem cooperar totalmente com as autoridades portuguesas para descobrir o que aconteceu, ainda em maio de 2007 foi descoberto que os McCann tinham contratado uma firma de investigação privada que usa os serviços de ex-membros dos serviços secretos e forças especiais sem o consentimento da Polícia Judiciária, apenas de terem sido informados que era contra as leis de Portugal.

Mesmo com muitas críticas à polícia, os serviços privados também não obtiveram quaisquer resultados, e os McCann foram oficialmente dados como inocentes no ano seguinte por falta de provas.


Supostos Avistamentos

No dia 8 de maio de 2007, a polícia recebeu uma denúncia de que uma menina parecida com Madeleine foi vista em um supermercado em Nelas, no norte de Portugal. Infelizmente a polícia confirmou posteriormente que apenas se tratava de um homem belga e sua filha.

Já no dia 17 do mesmo mês, uma testemunha informou à polícia que viu um Fiat Maria com uma placa falsificada em Pinhal Novo, Palmela, Setúbal, e que tinha certeza que transportava Madeleine. No entanto, a polícia não deu tanta importância a essa alegação, porém após várias denúncias semelhantes, a polícia portuguesa afirmou que iria investigar melhor, mas não houve maiores resultados.

Em 18 de maio, Marie Olli, uma mulher norueguesa que estava em Fuengirola na Espanha naquele momento, afirmou para a polícia que viu Madeleine na presença de um homem de em torno de 40 anos em um posto de gasolina no dia 9 de maio em Marraquexe, Marrocos.

No dia 19, o jornal 24 Horas divulgou que a polícia tinha encontrado um carro que poderia ter sido utilizado pelo sequestrador. No mesmo dia, foi divulgado que um circuito interno de vigilância de um posto de gasolina perto de Lagos mostrava uma criança muito semelhante com Madeleine na presença de uma mulher e dois homens em um carro de placa britânica. Algumas pessoas do resort inclusive reportaram que havia uma pessoa que estava tirando fotos de crianças loiras durante a estadia de Madeleine, e segundo as câmeras de segurança, o autor da foto era um das pessoas presentes no carro.

No dia 25 de setembro, um casal de turistas espanhóis também em Marrocos tirou uma foto de uma garota muito semelhante a Madeleine, na foto a garota está acompanhada de adultos argelinos, infelizmente essa também se comprovou como apenas uma menina marroquina com a família.

Em julho de 2011, uma mulher britânica declarou que viu uma garota muito parecida com como Madeleine deveria estar atualmente na cidade de Leh, na índia, entretanto também foi comprovado que não era a garota.


Processos

Os pais da Madeleine processaram o policial Gonçalo Amaral, que foi um dos responsáveis pelo caso da garota, por ter escrito um livro chamado “Maddie: A Verdade da Mentira” após sair das investigações. No livro Gonçalo sugeria que os pais de Madeleine estavam envolvidos no desaparecimento da filha, e conta toda a teoria citada anteriormente sobre o envolvimento dos McCann, no entanto o casal perdeu a causa na Suprema Corte de Portugal.

Após a perda, o casal ainda tentou recorrer à Justiça Europeia para conseguir um novo julgamento, no entanto o Tribunal Europeu de Direitos Humanos decidiu por manter a decisão da Justiça Portuguesa, alegando que eles deram um julgamento justo ao caso e encerraram o assunto.


Mídia

O desaparecimento de Madeleine foi um dos mais notórios e midiáticos pela rapidez na qual começou com sua divulgação, além da longevidade e a abordagem massiva que recebeu durante a época, no entanto até os dias atuais ele ainda causa muito alvoroço se aparecem novas possíveis provas.

Todos os jornais possíveis estavam presentes no lugar desde o início, todos à procura de um furo ou uma nova informação para divulgar, transformando as investigações em um grande circo midiático. O jornal britânico The Daily Telegraph, por exemplo, já estampava uma manchete com o artigo “Three-year-old feared abducted in Portugal” (Teme-se que menina de 3 anos tenha sido raptada em Portugal) na madrugada do dia 4 de maio, demonstrando uma rapidez absurda da informação e da atenção da mídia desde antes mesmo do caso completar 24h.

A pressão era tão grande que os hóspedes do resort se sentiam perseguidos pela imprensa, já que não podiam sair sem atrair a atenção de vários repórteres que queriam mais uma declaração. Muitas dessas publicações foram criticadas pela polícia, que dizia que a vida da menina ficava em risco com cada informação divulgada sem controle, principalmente pela magnitude do alcance e por revelarem informações indevidas ou falsas.


Críticas

Muitas foram as críticas feitas a todo o caso de Madeleine, sejam elas aos pais, à polícia ou à imprensa. A reação pública em diversos momentos não teve nenhuma piedade ao criticar qualquer um deles e se mostrou rígida com toda a cobertura massiva que o caso recebeu.

Desde 2007, os pais foram criticados pelo público por terem deixado os filhos sozinhos enquanto jantavam no restaurante, apesar do resort oferecer um serviço de creche e de babá. Segundo o casal, eles não utilizaram o serviço de creche para não cansar ainda mais as crianças, e vários pais do resort faziam o mesmo que eles, mas realmente não imaginaram necessário chamar naquela noite uma babá pois as crianças estavam muito cansadas por terem passado o dia na praia, então imaginaram que nenhum dos três acordaria no período em que estivessem no Tapas. A mídia portuguesa também fez duras críticas contra o casal, apontando que os dois foram negligentes em relação à segurança dos filhos.

As críticas à polícia portuguesa também se fizeram muito presentes. A mídia britânica afirmava que houveram atrasos na obtenção de provas e evidências forenses, assim como não houve agentes procurando Madeleine em cada residência do resort no dia do desaparecimento, só alguns dias depois. Esse último argumento foi debatido pela PJ que informou que no mesmo dia fizeram uma vistoria completa no resort, juntamente com funcionários do Ocean Club.

Outra crítica levantada foi em relação à polícia marítima e às autoridades alfandegárias, que não receberam nenhuma descrição de como a criança era para conseguirem identificá-la desde o início. Além de terem acusado a polícia portuguesa por ter tentado a todo custo culpar Robert Murat, embora não existisse nenhuma evidência credível e perdido tempo com alguém que no final, não levou em lugar algum.

Já com a mídia, o elevado grau de cobertura foi duramente criticado pelo público, já que em muitos momentos eram reveladas informações das quais ninguém deveria saber enquanto a polícia ainda investigava e que poderiam realmente acarretar no assassinato de Madeleine caso o sequestrador a mantivesse em cárcere, além de divulgarem informações desfocadas da realidade que condenavam pessoas sem nenhuma prova concreta. Pontos como o fato de Madeleine ser branca, inglesa e filha de médicos também foi pautado como motivo para tamanha cobertura, onde o público afirmava que se fosse uma criança filha de emigrantes, a atenção não teria sido tão grande .

Teorias

Algumas teorias foram levantadas em relação ao que poderia ter ocorrido com Madeleine. Havia teorias envolvendo Robert Murat como sendo o responsável por todo o crime e transportado Madeleine para Marrocos na intenção de colocá-la na rede de tráfico infantil, outras com os pais da garota como o foco principal, como no livro escrito por Gonçalo como dito anteriormente, no entanto, a mais plausível seria a de que o sequestrador de Madeleine já estava observando a criança há muito tempo.

Essa teoria é embasada pelo fato de que o sequestrador sabia exatamente o momento certo de agir sem ser pego por nenhum dos pais da menina ou por seus amigos na verificação das crianças, além de não ter acordado nem os gêmeos ou Madeleine enquanto realizava o sequestro.

Outro ponto que levanta curiosidade e que talvez esteja relacionado à teoria de Madeleine estar sendo observada, é que Kate comentou que a filha perguntou à ela o porque da mãe não ter ido verificá-la e a seu irmão Sean quando choravam na noite anterior na manhã de todo o crime, o que fez com que as pessoas pensassem se talvez o sequestrador não havia tentado sequestrar a menina na noite anterior, mas como as duas crianças acordaram, teria desistido e voltado apenas na noite seguinte.


Atualizações

Em 3 de junho de 2020, a Scotland Yard (sede da Polícia Metropolitana de Londres), relatou novas pistas que apontavam um homem de nacionalidade alemã de 43 anos chamado Christian Brueckner como suspeito. Segundo eles, o Christian estava viajando em uma van pela região na qual os McCann estavam naquela época, e a polícia investiga as motivações dele ter trocado de veículo um dia após o desaparecimento de Madeleine.

A Scotland Yard relatou que a investigação está sendo feita pelo Departamento Federal de Polícia Criminal da Alemanha, já que ele se encontra detido por crimes relacionados à roubos, tráfico de drogas, estupro - tendo ocorrido inclusive em Portugal contra uma mulher de 70 anos - e também pedofilia.

Em 2020 ainda foi descoberto um porão que estava intacto desde 2007 no terreno onde ficava a casa de Christian em Portugal, casa essa que foi destruída um ano após os acontecimentos com Madeleine McCann e que era relativamente perto do resort onde a família estava hospedada.

Em abril de 2022, o Ministério Público de fato constituiu arguido para Christian, e em maio, o procurador alemão Hans Christian Wolters afirmou que “A investigação contra Bruckner ainda está em curso e acho que encontramos novos fatos que nos dão certeza de que ele é o assassino de Madeleine McCann.”


Conclusão

Em 2008 o caso foi dado como encerrado mesmo sem uma conclusão, no entanto após 5 anos ele foi reaberto e até os dias atuais, o caso de Madeleine McCann não foi dado como encerrado.

Vários jogadores como Martin Johnson, jogador de rugby, John Terry, jogador do Chelsea FC, e até Cristiano Ronaldo, fizeram apelos públicos e no caso de Johnson, tentaram levantar fundos para ajudar com as investigações a finalmente saberem o que aconteceu com Madeleine. Segundo os McCann, o dinheiro também estava sendo utilizado para ajudar na procura de outras crianças desaparecidas.


Fontes



*Atualização: Matéria feita antes das atualizações do caso em 2023.

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