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Um grande mistério brasileiro

  • Foto do escritor: Sabrina M. Szcypula
    Sabrina M. Szcypula
  • 27 de jun. de 2023
  • 6 min de leitura

O adolescente de 15 anos que desapareceu sem deixar rastros em 1985 continua sendo uma incógnita para a polícia.



O Caso de Marco Aurélio

O caso de Marco Aurélio, ocorrido em 1985, se refere ao desaparecimento do escoteiro durante uma excursão ao Pico dos Marins, no município de Piquete, em São Paulo.

Marco Aurélio Bezerra Simon era filho do jornalista Ivo Simon e da professora Tereza Nilma Bezerra Simon, além dele, o casal tinha outros 4 filhos, sendo uma das crianças o irmão gêmeo de Marco Aurélio, chamado de Marco Antônio. Na época de todo o ocorrido, ele e seu irmão eram escoteiros e tinham cerca de 15 anos de idade, no entanto seu irmão não estava consigo naquela viagem em questão por estar doente.

Na tentativa de encontrar o menino, uma das maiores equipes de busca do país até os dias de hoje foi posicionada, no entanto em nenhum momento Marco Aurélio foi encontrado ou algo que deixasse alguma pista, o que faz seu caso seguir como um mistério até os dias atuais.


Desaparecimento

Marco Aurélio estava em uma excursão ao cume do Pico dos Marins no dia 8 de junho de 1985 quando tudo aconteceu. Essa excursão era muito importante para o adolescente, já que marcaria sua posição como escoteiro sênior, então ele estava muito animado com a viagem e com a posição que tomaria à partir daquele momento.

Junto do garoto, ele estava acompanhado de outros três adolescentes, todos de 15 anos, além do líder do grupo. Os adolescentes eram Osvaldo Lobeiro, Ricardo Salvione e Ramatis Rohm, já o líder era Juan Bernabeu Céspedes. Todos eles estavam alojados em um local cedido por Afonso Xavier, que era bem familiarizado com o local e era um guia especializado que teoricamente ia acompanhar o grupo nas trilhas.

Juan informou posteriormente que ficou sabendo que a trilha não era difícil de se realizar, e por ser alguém experiente, não achou que seria necessário ter o acompanhamento de Afonso, além de ter informado que o homem estaria ocupado, sendo assim, ele seguiu sozinho com os quatro adolescentes pela trilha, sem se preocupar por ser um local desconhecido.

No meio da trilha, o amigo de Marco Aurélio, Osvaldo, acabou torcendo o tornozelo e ficou impossibilitado de andar. Na intenção de ir buscar ajuda, o líder permitiu que Marco Aurélio fosse um pouco mais à frente, assim abrindo caminho e conseguindo ajuda para o colega e seu grupo.

Marco se separou do grupo e começou a marcar com um giz branco algumas pedras o número 240, que era o número de identificação de do Grupo de Escoteiros Olivetanos, assim possibilitando que todos soubessem para qual direção ele estava indo.

Cerca de quinze minutos depois dessa separação, o grupo informou que não era mais possível ver Marco Aurélio descendo em direção ao acampamento. Segundo os garotos e o líder, eles conseguiram identificar três das marcas de giz do adolescente, no entanto a última que viram era em uma bifurcação, seguindo por um caminho onde tinha muitos obstáculos para um grupo com alguém machucado.

Contrariando a opinião dos adolescentes que pediram para seguir o mesmo caminho de Marco Aurélio, Juan foi pelo lado contrário, afirmando que seria melhor para levar o adolescente machucado e que encontrariam com o garoto mais à frente, no entanto isso nunca aconteceu.

A caminhada de volta para o acampamento levou cerca de 15 horas para ser realizada, exatamente por ter alguém machucado e eles terem utilizado o caminho mais longo. Quando chegaram no local, viram apenas que os pertences deixados pelo Marco Aurélio estavam lá, exatamente da mesma forma na qual eles saíram, o que mostrava que o adolescente em nenhum momento chegou de fato ao acampamento.

Juan chegou a procurar pelo adolescente sozinho assim que reparou que ele não chegou no acampamento do grupo por várias trilhas do pico, levando em torno de cinco horas nesse processo, mas vendo que não conseguia encontrá-lo, ele decidiu chamar a polícia e relatar o desaparecimento de Marco Aurélio.

Um outro grupo de escoteiros relatou que naquela noite eles ouviram um grito vindo da mata e o som de um apito, que era um objeto que Marco realmente carregava naquele dia. Eles correram em direção ao matagal e observaram luzes azuis que piscaram cerca de três vezes, mas não encontraram nenhum sinal do menino ou algo que explicasse o grito ou as luzes.

As buscas pelo Marco Aurélio começaram logo após a denúncia de desaparecimento, onde helicópteros, soldados, guias, alpinistas e cães farejadores foram utilizados para ajudar a encontrar o menino. Essa busca durou cerca de 28 dias, entretanto nenhum sinal do escoteiro foi encontrado, nem mesmo seus poucos pertences que carregava naquele momento, e derivado à isso, o inquérito foi encerrado sem conclusão em 1990.

Os pais do menino nunca deixaram de procurar pelo filho, espalhando cartazes e nunca perdendo as esperanças de tentar encontrar o menino, procurando até mesmo o Chico Xavier para tentar se comunicar com Marco Aurélio e vários videntes de diversas religiões.


Suspeitas e Buscas

No terceiro dia dentre os 28 de buscas pelo adolescente, ocorreu um incêndio de grandes proporções no Pico dos Marins. Para os delegados George Henry e Bayerlein, que estavam envolvidos no caso, esse incidente poderia ter sido proposital para atrapalhar as buscas, no entanto não havia como comprovar tal feito.

O inquérito da polícia foi encerrado no dia 8 de abril de 1990 por não terem absolutamente nenhuma pista para investigar sobre o desaparecimento do adolescente, e como isso impossibilitava a polícia de seguir com qualquer linha de investigação, eles tiveram que encerrar o caso como inconclusivo.

No dia 10 de março de 2005 o caso foi desarquivado para estudos de investigações feitas pelo jornalista Rodrigo Nunes, estudos estes que foram publicados inclusive como dois livros, mas que posteriormente foram compilados apenas em um em 2015.

No livro, o jornalista aponta algumas inconsistências nos relatos dos escoteiros, do líder e da investigação, além de ter várias teorias e entrevistas da época.

Uma das inconsistências apontadas foi em relação ao líder que dispensou o guia, mesmo que a diretoria do Grupo Escoteiro Olivetano tivesse autorizado a ida do grupo apenas com o guia especializado. Juan informou que não achava necessário por ser uma trilha fácil e por achar que o guia estava ocupado, no entanto Afonso desmentiu essa fala, informando que tinha até mesmo preparado lanches para os adolescentes antes deles saírem.

Também foram apontadas outras diversas atitudes do líder que não questionou se o escoteiro teria passado para outro grupo que também estava no Pico naquele dia, ou para o guia quando chegaram no acampamento, além de seguir sozinho na procura por Marco Aurélio, novamente sem o auxílio de alguém experiente na área que estava lá exatamente para ajudar.

Mas de qualquer forma, devido a novos depoimentos conseguidos pelo pai do garoto, o caso do Marco Aurélio foi reaberto para investigações em 2021.

Segundo a nova testemunha encontrada pelo pai de Marco Aurélio, o escoteiro teria sido morto por um antigo morador da região e seu corpo teria sido enterrado na área onde morava. Em julho de 2021, os peritos realizaram escavações no local onde a casa ficava, mas não encontraram nenhum indício de que Marco Aurélio ao menos teria estado lá em algum momento.

Já em novembro de 2022, novamente a polícia realizou escavações em uma área de mata em Piquete, mas terminou sem encontrar nenhum indício do adolescente desaparecido. No entanto, a polícia encontrou a presença de matéria orgânica, que pode ser cabelos ou pêlos, mas por ser algo recente, ainda não há respostas da análise.


Teorias

Uma das teorias seria de que o líder encontrou sim com Marco Aurélio quando foi procurá-lo sozinho, mas que após abusar do menino, teria o matado e enterrado seu corpo, sumindo com qualquer evidência da violência de seus atos.

Essa teoria foi descartada em investigações pois Juan teria ficado na mata por apenas cinco horas, um período curto para realizar todas essas ações e desaparecer com qualquer evidência, já que nem mesmo cães encontraram nada. Ainda assim, o líder é visto como um grande suspeito para o público e até mesmo para a polícia, já que suas ações foram de fato irresponsáveis e negligentes.

Outra teoria seria a de que o garoto teria se perdido e se tornado um andarilho. Nessa linha de raciocínio, ele poderia ter perdido a memória e não se recordava de sua identidade.

Endossada por depoimentos de testemunhas, essa teoria ainda ganha muita força, já que um motorista de ônibus disse ter dado carona para o menino, assim como outras testemunhas afirmaram que viram um morador de rua muito semelhante ao escoteiro. No entanto, ainda não houve maiores indícios se isso realmente tem chances de ser verdade.

Uma última teoria sugere um possível envolvimento de extraterrestres, devido ao Pico ser uma região com bastante poder magnético e várias pessoas já terem relatado avistamento de luzes e OVNI 's no local. O fato de outro grupo ter visto as luzes após ouvir um grito também fortaleceu essa teoria.


Conclusão

O caso de Marco Aurélio foi e ainda é um grande mistério da polícia brasileira, sendo considerado um dos casos de desaparecimento mais misteriosos do mundo. Ainda não se tem respostas do material orgânico que foi encontrado nas buscas de novembro, mas não há muitos indícios que apontem que esse material realmente pode ser de Marco Aurélio.


Fontes


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